O melasma é uma das condições dermatológicas que mais geram dúvidas, especialmente no Brasil, um país com uma vasta diversidade de tons de pele. Uma das perguntas mais frequentes é: o melasma em pele clara e escura se manifesta da mesma forma? A resposta, cientificamente, é que existem nuances importantes.
Embora a condição de base seja a mesma, uma hiperpigmentação crônica e ambiental da pele, as características visuais, a prevalência e até mesmo as abordagens de clareamento facial seguro podem variar significativamente dependendo do fototipo. Compreender a diferença do melasma entre pele clara e pele escura não é apenas uma curiosidade, mas um passo fundamental para o manejo eficaz e seguro da pele com mancha.
Este guia científico esclarece como o melasma interage com diferentes pigmentações cutâneas, quais fatores influenciam essa condição e a importância vital da fotoproteção avançada no cuidado com a pele manchada.
O que é melasma?
O melasma é definido como uma desordem de pigmentação adquirida, crônica e recorrente. Ele se caracteriza pelo surgimento de manchas na pele de cor acastanhada, geralmente simétricas, que aparecem predominantemente no rosto, como bochechas, testa, nariz e buço.
A condição ocorre devido a uma hiperatividade dos melanócitos, as células na epiderme responsáveis pela produção de melanina (o pigmento da pele). No melasma, esses melanócitos são estimulados a produzir melanina em excesso, que se deposita de forma irregular, formando a hiperpigmentação.
As causas do melasma são multifatoriais e complexas. O principal fator desencadeante e agravante é a alta exposição solar ao longo dos anos sem a devida proteção. A radiação ultravioleta (UVA e UVB), bem como a luz azul e luz visível, estimulam diretamente a atividade dos melanócitos.
Além do sol, outros fatores são cruciais para o surgimento dos tipos de melasma:
- Fatores Hormonais: O melasma é vastamente mais comum em mulheres. Mudanças hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez (conhecido como cloasma) ou pelo uso de contraceptivos orais, são gatilhos conhecidos.
- Predisposição Genética: A genética desempenha um papel significativo. Indivíduos com histórico familiar de melasma têm uma probabilidade muito maior de desenvolver a condição.
- Inflamação: Processos inflamatórios na pele podem levar ao que se conhece como melasma pós-inflamatório ou agravar o quadro existente.
É vital entender que esse tipo de mancha não é uma doença contagiosa nem um risco à saúde física, mas seu impacto na qualidade de vida pode ser profundo, motivando a busca constante por cuidados com a pele manchada.
Quais são os graus do melasma?
Embora a dermatologia classifique o melasma clinicamente pela profundidade do pigmento (epidérmico, dérmico ou misto), uma categorização didática dos graus do melasma, que auxilia na compreensão da severidade e na abordagem cosmética, foi desenvolvida pelo farmacêutico especialista em cosmetologia, Dr. Maurizio Pupo.
Essa classificação ajuda a entender a evolução da condição:
- Melasma Grau 1 – É o melasma mais recente, com menos de 1 ano, e com manchas ainda claras e menos profundas e que necessita de tratamento rápido para não evoluir para os graus mais graves. Também chamado de melasma epidérmico, pois as manchas estão localizadas nas camadas mais superficiais da pele.
- Melasma Grau 2 – É o tipo de melasma com mais de 1 ano, com manchas bem visíveis e mais escurecidas e que já não responde bem aos tratamentos comuns. Também chamado de melasma misto, pois as manchas se localizam nas camadas superficial e médias da pele.
- Melasma Grau 3 – É o grau de melasma com mais de 5 anos, antigo, persistente e com manchas profundas e resistentes aos tratamentos comuns. Também chamado de melasma dérmico, pois as manchas escuras já se localizam na camada mais profunda da pele.
- Melasma Grau 4 – É o tipo mais grave de melasma, com mais de 10 anos, muito antigo, muito persistente e com manchas muito profundas e muito resistentes aos tratamentos comuns. Também chamado de melasma dérmico grave pois as manchas escuras já se encontram nas camadas mais profundas da pele com grandes depósitos de melanina.
O melasma aparece da mesma forma em todos os tipos de pele?
Aqui entramos no cerne da questão sobre melasma em pele clara e escura. A aparência clínica da hiperpigmentação pode, sim, apresentar diferenças importantes.
No melasma em pele clara (geralmente fototipos I a III na escala de Fitzpatrick), as manchas tendem a ter uma cor castanho-clara a média. O contraste entre a mancha e a pele ao redor costuma ser bem definido, tornando as bordas da pele com mancha mais fáceis de delimitar visualmente.
Já no melasma em pele escura (fototipos IV a VI), a situação é diferente. A pele escura possui melanócitos naturalmente maiores e mais reativos, que produzem mais eumelanina (o pigmento mais escuro). No melasma em pele escura, as manchas frequentemente apresentam uma coloração castanho-escura, por vezes acinzentada ou azulada. Essa tonalidade pode indicar um pigmento mais profundo (dérmico), o que torna o manejo mais complexo.
Além da cor, a diferença do melasma em peles mais pigmentadas é que as manchas podem parecer mais difusas. Contudo, o desafio principal na pele negra é a alta propensão à hiperpigmentação pós-inflamatória (HPI), ou seja, o escurecimento da pele após uma inflamação ou lesão.
Fatores que influenciam a pigmentação
A diferença do melasma está intrinsecamente ligada à biologia da pigmentação. A principal distinção entre pele clara e pele escura não é o número de melanócitos (que é similar), mas sim sua atividade e o tipo de melanina produzida.
Peles escuras produzem mais eumelanina, que é fotoprotetora por natureza, mas também é a melanina envolvida nas manchas escuras. Peles claras produzem mais feomelanina (pigmento claro, avermelhado), que não oferece proteção solar.
No contexto do melasma, os melanócitos da pele escura são hiper-reativos. Qualquer estímulo como o sol, hormônios, ou uma simples inflamação pode desencadear uma resposta pigmentar muito mais intensa. Isso torna o manejo do melasma em pele escura particularmente delicado. O uso de ativos clareadores dermatológicos precisa ser cuidadosamente balanceado, pois abordagens agressivas podem inflamar a pele e, paradoxalmente, escurecer ainda mais as manchas (a HPI).
O melasma é mais comum em peles escuras?
Sim! Estudos de prevalência indicam que o melasma é mais comum em indivíduos com fototipos intermediários a altos (III a VI), sendo particularmente frequente em populações latinas, asiáticas, do Oriente Médio e afrodescendentes, quando comparadas a populações de fototipo I ou II.
Isso é especialmente relevante para o Brasil, onde a miscigenação resulta em uma vasta população com fototipos III, IV e V, exatamente o grupo de maior risco para o desenvolvimento e persistência do melasma.
Portanto, o melasma em pele escura (ou em peles com maior capacidade de bronzeamento) não só é comum, como tende a ser uma queixa dermatológica de grande impacto nessas populações.
Por que isso acontece?
A maior prevalência e, muitas vezes, maior severidade do melasma em pele escura está ligada a dois fatores principais:
- Reatividade Melanocítica: Como mencionado, os melanócitos são biologicamente programados para responder de forma mais robusta. A genética que define a pele escura é a mesma que predispõe a uma resposta pigmentar exagerada.
- Sensibilidade à Luz Visível: Estudos científicos têm demonstrado de forma consistente que, embora a radiação UV seja o principal gatilho para todos, a luz azul e luz visível (emitida pelo sol, mas também por telas) tem um papel significativo no agravamento do melasma, especialmente em peles de fototipo mais alto. A luz visível pode induzir uma pigmentação mais escura e mais duradoura do que o próprio UVA em peles escuras.
Isso significa que o cuidado com a pele manchada em fototipos altos exige uma proteção solar que vá além do FPS (que mede apenas o UVB), sendo mandatório o uso de um protetor solar anti-manchas com proteção contra luz visível.
Proteção solar adequada para todos os tons de pele
Independentemente se estamos falando de melasma em pele clara e escura, o ponto fundamental de qualquer rotina de cuidados é a fotoproteção diária, rigorosa e ininterrupta. Para a pele com mancha, o protetor solar não é opcional: é a etapa mais importante para prevenir o agravamento e permitir que os ativos clareadores dermatológicos funcionem.
Um erro comum é acreditar que a pele escura, por ter mais melanina, não precisa de proteção tão alta. Isso é um equívoco perigoso. Embora a pele escura tenha menor risco de queimadura (UVB), ela é extremamente suscetível à pigmentação (UVA e luz visível), que são os principais motores do melasma.
A proteção ideal deve ser de amplo espectro (UVA, UVB, luz azul e luz visível) e, idealmente, ter alta resistência. A maior falha no manejo do melasma é a reaplicação inadequada do protetor solar.
Pensando na realidade do clima brasileiro e na necessidade de uma proteção contínua, a Ada Tina desenvolveu a exclusiva tecnologia Solent®. Presente em todos os protetores solares da marca, a Solent® garante 12 horas de alta proteção solar cientificamente comprovadas. Isso oferece uma segurança ímpar no dia a dia, evitando as falhas causadas pela necessidade de reaplicação constante exigida por protetores comuns, e garantindo que a pele com melasma permaneça defendida.
Melhores protetores solares para melasma
Para quem busca o clareamento facial seguro e o controle eficaz do melasma, o protetor solar ideal deve fazer mais do que apenas proteger. Ele deve atuar como um tratamento, incorporando ativos clareadores dermatológicos que ajudam a uniformizar o tom da pele enquanto a protegem.
A Ada Tina possui uma linha avançada de fotoproteção clareadora, formulada com a tecnologia Solent® de 12 horas de proteção e ingredientes ativos potentes.
Biosole Oxy FPS 85
O Biosole Oxy FPS 85 é um protetor solar facial clareador de altíssima proteção, indicado para peles com manchas e melasma. Sua fórmula combina Vitamina C Estabilizada, Niacinamida Concentrada e a exclusiva tecnologia Difendiox®, que auxiliam na uniformização do tom da pele e na redução da aparência de manchas escuras. Com FPS 85, protege contra UVA, UVB, luz azul e luz visível, além de oferecer ação antioxidante. Possui toque seco, rápida absorção e é resistente à água e ao suor.
Biosole C FPS 50
O Biosole C FPS 50 é um protetor solar clareador facial desenvolvido para peles com manchas, melasma e hiperpigmentação. Com Vitamina C High Concentration, Niacinamida Puríssima e Difendiox®, oferece tripla proteção (UVA, UVB e FPR), clareia a pele e previne rugas. Sua textura leve, toque seco e 12h de proteção contínua são ideais para o clima quente e úmido do Brasil.
Biosole TX FPS 80
O Biosole TX FPS 80 é um protetor solar fluido clareador desenvolvido especialmente para peles com manchas, melasma e hiperpigmentação persistentes. Sua fórmula combina Ácido Tranexâmico, Niacinamida e Difendiox®, que atuam em sinergia para uniformizar o tom da pele e reduzir a aparência de manchas causadas pela exposição solar e luz visível. Com muito alta proteção UVA, UVB e luz azul, oferece defesa ampla contra os fatores que agravam o melasma.
Pure C FPS 50
O Pure C FPS 50 é um protetor solar profissional clareador e anti-idade com 12 horas de proteção solar e 24 horas de proteção anti-melasma. Sua fórmula com Vitamina C, Niacinamida, Vitamina E e Difendiox® clareia manchas, previne rugas e melhora a firmeza. Com tecnologia Lipoascorbil®, substitui o sérum de Vitamina C. Possui toque seco, ideal para o clima brasileiro.
Referências Científicas
- Handel, A. C., Miot, L. D. B., & Miot, H. A. (2014). Melasma: a clinical and epidemiological review. Anais Brasileiros de Dermatologia. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4155956/
- Mpofana, N., Chibi, B., Gqaleni, N., Hussein, A., Finlayson, A. J., Kgarosi, K., & Dlova, N. C. (2023). Melasma in people with darker skin types: a scoping review protocol on prevalence, treatment options for melasma and impact on quality of life. BMJ open. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10416367/
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- Castanedo-Cazares, J. P., Larraga-Pinones, G., Ehnis-Perez, A., Fuentes-Ahumada, C., Oros-Ovalle, C., & Moncada, B. (2014). Near-visible light and UV photoprotection in the treatment of melasma: a double-blind randomized trial. Photodermatology, Photoimmunology & Photomedicine. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24313385/
Texto por: Dr. Maurizio Pupo, farmacêutico e especialista em cosmetologia e Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ada Tina. CRF-SP: 13.328



