O retinol, conhecido também por vitamina A, é um composto que participa de uma série de funções biológicas, podendo ser encontrado em alimentos de origem animal na forma de ésteres e também em plantas, na forma de carotenoides, em especial nos vegetais verdes e folhosos, e vegetais e frutas alaranjadas. O retinol é amplamente utilizado para o tratamento da acne, rugas, linhas de expressão e manchas hiperpigmentadas causadas pelo sol.
Quando penetra na pele, o retinol é convertido em ácido retinoico, sua forma ativa, que age no DNA das células aumentando as suas capacidades de renovação. Atua na produção de colágeno, reduzindo as rugas e os sulcos presentes na superfície da pele, além de regular o sebo, ajudando no tratamento contra a oleosidade e, por atuar na limpeza dos poros, auxilia na diminuição de cravos e espinhas.
Estudos avaliam a eficácia da aplicação tópica de retinol na melhoria dos sinais do envelhecimento, demonstrando seus benefícios e suas contra-indicações.
Retinol no tratamento de rugas
O estudo publicado em 2007 pelo Archives of Dermatology, realizou uma avaliação clínica de 36 voluntários, de idade média de 87 anos, divididos aleatoriamente em 2 grupos. O primeiro grupo aplicou até 3 vezes por semana, durante 24 semanas, uma loção contendo 0,4% de retinol na pele do braço direito. Já o segundo grupo aplicou uma loção controle no braço esquerdo. Os resultados foram avaliados através de uma escala semiquantitativa (0, nenhum; 9, mais grave) e medições bioquímicas de amostras de biópsia de peles obtidas das áreas tratadas.
Um total de 23 voluntários completaram o estudo. Treze desistiram, sendo que 3 deles apresentaram irritação cutânea e/ou prurido que podem estar associadas à utilização do retinol. Após 24 semanas, foram constatadas diferenças significativas entre as peles tratadas com retinol e as tratadas com o placebo. Houve uma redução nas rugas em 1,64 pontos nos voluntários que utilizaram o retinol e apenas 0,08 pontos nos que utilizaram o veículo. Além disso, o retinol aumentou significativamente a expressão de glicosaminoglicanos (componentes de preenchimento da pele) em 6 voluntários e a presença de colágeno em 4 voluntários, em comparação com o placebo.
Retinol é um ativo eficaz no rejuvenescimento da pele
Sendo assim, os cientistas concluíram que o retinol tópico melhora as rugas finas associadas ao envelhecimento natural. A indução de glicosaminoglicano, conhecido por reter bastante água e o aumento da produção de colágeno, são provavelmente a causa da melhoria das rugas.
A pele envelhecida que resistiu ao tratamento com retinol tem maior probabilidade de resistir a lesões cutâneas e, além disso, alcançar uma aparência mais jovem.
Retinol: quais seus malefícios e contraindicações
Apesar de exercer diversos benefícios para a pele, é importante ficar atento quanto ao uso do retinol. Como dito anteriormente, ele é convertido em ácido retinoico quando penetra na pele e este, por sua vez, age diretamente no DNA das células, podendo gerar alterações. Deste modo, ele vem sendo contraindicado para gestantes e para indivíduos com hipersensibilidade ao ativo.
De acordo com estudos recentes, o ácido retinoico tem efeito teratogênico, podendo causar danos ao feto ou ao embrião, além da possibilidade de ser tóxico para a pele se utilizado em altas concentrações, aumentando a sensibilidade aos raios solares, resultando em irritação e até manchas na pele caso haja um uso seguido de exposição ao sol.
Ácido retinoico pode causar danos ao feto
O ácido retinoico vem sendo relatado como um ativo não seguro, tanto pelas reações adversas como eritema, bolhas e incidentes nas áreas da pele expostas à radiação UV, quanto pelo potencial teratogênico.
Já se conhece bem o potencial teratogênico do ativo, o qual foi relatado em diversos estudos apontando o fato de que há a possibilidade de má formação do feto caso seja utilizado o ácido retinoico (ou o retinol) durante a gravidez.
Um estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine, avaliou todas as crianças nascidas após exposições de derivados do ácido retinoico. De 154 gestações, 21 resultaram em bebês malformados com alterações craniofacial, cardíaca, tímica e defeitos no sistema nervoso central, além de 12 abortos espontâneos.
Além disso, segundo um estudo publicado pelo Teratology em 1986, um grupo de 25 gestantes foram expostas por derivado de ácido retinoico até a quinta semana após o último período menstrual. Dessas 25 gestantes, 11 tiveram abortos espontâneos e 4 apresentaram defeitos congênitos.
Relato aponta má formação após o uso tópico de ácido retinoico
Um relato de caso publicado no The Lancet em 1992, notifica defeitos na orelha, com hipoplasia e enrugamento em um bebê do sexo feminino. A gestante havia usado um creme de ácido retinoico a 0,05% no mês anterior à última menstruação e nas 11 primeiras semanas de gravidez.
Não se sabe, com certeza, se houve associação entre a aplicação tópica e a má formação na orelha. No entanto, a gestante usou o creme em um período crítico e o padrão de má formação era idêntico ao causado pelos derivados da vitamina A.
Retinol e seus derivados podem causar irritações na pele e teratogenicidade às gestantes
O retinol é considerado um ativo poderoso no combate ao envelhecimento, manchas hiperpigmentadas e acne. Porém, diante destes estudos, com a possibilidade de ser maléfico para as gestantes e tóxico para a pele (se utilizado em altas concentrações), é de extrema importância a atenção e o cuidado ao utilizá-lo, com a supervisão de um médico dermatologista.
Em contrapartida, para suprir estes malefícios, vêm sendo introduzido no mundo dos dermocosméticos, os peptídeos de retinol, que possuem maior potência e maior segurança em comparação ao retinol puro.
Peptídeos de retinol como alternativa segura e mais potente que o retinol puro e ácido retinoico
Um estudo feito pela Lipotrue, avaliou os efeitos dos peptídeos de retinol em comparação ao retinol puro e ao ácido retinoico, sua forma ativa.
Em síntese, foi constatado que os peptídeos de retinol possuem reforço de colágeno, síntese de lipídeos epidérmicos e fotoestabilidade, podendo ser utilizado durante o dia, além de ser quimicamente estável.
Deste modo, os peptídeos de retinol são uma alternativa altamente considerável, demonstrando segurança para as gestantes e sem agredir a pele.